Terça-feira, Novembro 9

Festejos

Sentado em sua poltrona e olhando através da pequena janela do apartamento, Rolf lembra-se muito bem daquele dia. Era uma tarde fria de outono e, junto com os amigos, bebia umas cervejas jogando conversa fora.

Uma agitação tomava conta da vizinhança. Já amortecidos pelos muitos litros que beberam, o pequeno grupo não entendia muito bem o que todas aquelas pessoas faziam saindo de casa. A noite começava a cair e, com ela, a temperatura. Mais cerveja para dentro. Curiosos, perguntaram a um passante o que acontecia. Um evento qualquer no centro da cidade. Não entenderam direito. “Deve ter garotas” disse um deles. Foram.

No caminho, recarregaram o estoque de cerveja. A festa não pode parar, afinal. Chegaram. Grande agito. Pessoas cantando, pulando, gritando. Uns começam a subir no muro e agitar a multidão. Um aparece com uma picareta. Outros têm marretas. Perplexos e embriagados, os quatro amigos assistem a queda do Muro.

Uma lágrima ameaça escorrer do rosto de Rolf. Rapidamente ele a remove. Levanta-se da poltrona e vai até a cozinha pegar outra cerveja para celebrar.