Sexta-feira, Setembro 17

Desejos de um homem

O manto do sono o cobria totalmente. Sua força era tanta que mais parecia uma redoma hermeticamente fechada. Nela não entrava luz nem som. Lá dentro, dormia o sono dos justos, diria sua avó.

Em determinado momento um som insistentemente tentava furar aquele bloqueio protetor e reconfortante. Batia contra ela de modo que chegava a incomodar. “Pô, eu sou um justo. Deixa eu dormir”, pensou. Mas não. O tal som continuava a perturbá-lo. Irritado, decidiu sair de sua esfera protetora para averiguar o que acontecia.

Lentamente e ao mesmo tempo, abriu os olhos e ergueu a cabeça. “Gooooooooooolllllll do Marííííííííííííliiiiiiaaaaa...” ouviu da televisão. “Tesão. 1 a 0”, pensou. Fechou os olhos, a redoma e se atirou folgadamente aos braços de Morfeu.